A BICICLETA COMO PARTE DA SOLUÇÃO CONTRA O AQUECIMENTO GLOBAL - COP 26
Atualizado: 1 de set. de 2022
A União dos Ciclistas do Brasil, Transporte Ativo, Ciclocidade, entre outras estão entre as organizações representativas do Brasil que assinaram a carta aos governantes na COP-26 com o objetivo de ampliar o uso da bicicleta e zerar as emissões de carbono.
Parabéns às associações que fizeram o papel que o governo brasileiro não fez na COP 26.
Abaixo, sua transcrição para o português com todas as organizações mundiais que assinam o documento.
Carta aos governos na COP26:
Os líderes mundiais devem se comprometer com o aumento do uso da bicicleta para reduzir as emissões de carbono e alcançar as metas climáticas globais de forma rápida e eficaz. O mundo precisa de muito mais pessoas pedalando, se quisermos combater as mudanças climáticas. Sem uma ação mais rápida e determinada por parte dos governos em todo o mundo para reduzir as emissões de carbono no transporte, estaremos condenando as gerações presentes e futuras a um mundo que é mais hostil e muito menos habitável. É por isso que nós, as 63 organizações abaixo assinadas, apelamos veementemente a todos os governos e líderes presentes na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) em Glasgow para se comprometerem a aumentar significativamente o número de pessoas que pedalam em seus países.
Os governos podem fazer isso construindo uma infraestrutura para bicicletas de alta qualidade, integrando a bicicleta ao transporte público, melhorando a segurança no trânsito e implementando políticas que incentivem as pessoas e as empresas a substituir as viagens de automóvel por viagens de bicicleta e outros modos, como caminhada e transporte público. Promover e permitir a mobilidade ativa deve ser a pedra angular das estratégias globais, nacionais e locais para atingir as metas de carbono zero. Em todo o mundo, o transporte é responsável por 24% das emissões diretas de CO² provenientes da queima de combustível. Os veículos rodoviários são responsáveis por quase três quartos das emissões de CO² dos transportes, e esses números não estão diminuindo. Além dos níveis insustentáveis de emissões de CO² que estão arruinando o clima da Terra, esses veículos estão poluindo nosso ar em uma escala sem precedentes, matando cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano.
O relatório especial “Aquecimento Global de 1,5° C” do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), identificou a bicicleta como um caminho para garantir um mundo seguro e sustentável para todos, agora e no futuro. O uso da bicicleta produz emissões zero e o ciclismo oferece impactos socioeconômicos positivos de longo alcance, além de redução da poluição.
Pedalar representa uma das maiores esperanças da humanidade por uma mudança em direção a um futuro com carbono zero. Uma nova pesquisa mostra que as emissões de CO² do ciclo de vida caem 14% por viagem adicional de bicicleta e 62% por cada viagem evitada de carro. Fazer a transição do carro para a bicicleta economiza 150g de CO² por quilômetro. As bicicletas e-cargo reduzem as emissões de carbono em 90% em comparação com as vans a diesel. Nas cidades, trocar o carro pela caminhada e andar de bicicleta, mesmo que seja apenas um dia por semana, pode reduzir sua pegada de carbono em cerca de meia tonelada de CO² ao longo de um ano. Construir sinergias com outros modos, como transporte público, pode aumentar criticamente esse potencial.
Nosso mundo está pegando fogo. Devemos alavancar urgentemente as soluções que a bicicleta oferece, ampliando radicalmente seu uso. O que precisamos agora é que os governos se comprometam política e financeiramente com um ciclismo mais seguro e integrado que seja justo para todos que vivem em nossos países, cidades e regiões. Instamos todos os governos e líderes na COP26 a:
Declarar compromissos para aumentar significativamente o uso da bicicleta em cada país. Isso pode ser feito da seguinte forma:
Promover a bicicleta em todas as suas formas, incluindo o cicloturismo, o ciclismo esportivo, o compartilhamento de bicicletas, o deslocamento para o trabalho ou a escola e para se exercitar;
Reconhecer a bicicleta como uma solução climática, estabelecendo uma ligação clara entre o aumento das viagens de bicicleta, a diminuição das viagens de carro particular e a redução das emissões de CO²;
Criação e financiamento de estratégias nacionais para o uso da bicicleta e coleta de dados sobre o ciclismo para saber onde melhorias na infraestrutura e no uso podem ser feitas;
Concentrar investimentos na construção de infraestrutura cicloviária segura e de alta qualidade e em incentivos para comunidades historicamente marginalizadas no uso da bicicleta;
Fornecer incentivos diretos para que pessoas e empresas mudem de automóveis para bicicletas incentivando mais viagens diárias;
Construir sinergias com o transporte público e promover soluções de mobilidade combinada para um ecossistema multimodal capaz de cobrir todas as necessidades do usuário sem depender de transporte individual motorizado;
Comprometer-se coletivamente em alcançar uma meta global de aumento do uso da bicicleta. Ampliar o ciclismo em diversos países não será suficiente para reduzir as emissões globais de CO². Todos os países devem contribuir e esses esforços devem ser monitorados pela ONU.
Não há maneira concebível de os governos reduzirem as emissões de CO² com rapidez suficiente para evitar o pior da crise climática sem a transição modal, implementando o uso da bicicleta. O ciclismo é uma das melhores soluções que já temos para garantir que nosso planeta seja habitável para todas as gerações que virão.
Assinam esta carta, as 63 organizações abaixo:
ECF – European Cyclists Federation
ITDP Global
People for bikes
UCI – Union Cyclists International
UITP – International Asociation of Public Transport
WCA – World Cycling Alliance
2030 – Sekretariatet
A Contramano – Asamblea Ciclista de Sevilla
ADFC – Allgemeiner Deustcher Fahrrad-Club
ALDOSK – Alanya Doga Sporlari Kulubu
ANP – Associação Natural Portugal em parceria WWF
Aromeiazero
Bicycling Emporewment Network Namibia
BYCS
BYCS / India Foundation
Center Za
Czech Cyclists Federation
Cities for Cycling
Clean Cities
ConBici
Cycling Embassy of Denmark
Cycling Scotland
Cycling UK
Cyclist.ie
Cycling Industries Europe
Cykellframjandet
Cyklokoalicia
Danish Cyclists’ Federation
Dutch Cycling Embassy
Envercevko
ECLF – European Cyclists Logistics Federation
FIAB – Federazione Italiana Ambiente e Bicicletta
Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta
FUB – Fedération Française des Usarges de la Bicyclette
Romanian Cyclists’ Federation
Fietsersbond Belgium
Fietsersbond Netherlands
Finnish Cyclists’ Federation
Royal Moroccan Cycling Federation
Formosa Lohas Cycling Association
GRACQ – Les Cyclistes Quotidien
Green Revolution Asociatia
Go Bike – Strathclyde Cycle Campaign
Hellenic Urban Cycling Federation
Hungarian Cyclists’ Club
International Mountain Bycicling Association Europe
Latvian Cyclists Union
Lithuanian Cyclists’ Community
Landssamtök hjólreiðamanna
MUBI – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta
POLIS
PRO VELO – Switzerland
Radlobby
Royal Spanish Cycling Federation
Sindikat Biciklista – Croatia Cyclists Union
Sustrans
Syklistforeningen – Norwegian Cyclist’ Association
Svensk Cykling – Swedish Cycling
Svenska Cykelstader – Swedish Cycling Cities
Transporte Ativo
Tum Bisiklet Dernekleri Federasyonu
UCB – Brazilian Cyclists’ Union
Velo & Territoires
Vélo – Canadá Bikes
Vélo Mondial
World Bicycle Relief
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