ORGULHO DA MOBILIDADE ATIVA: AFUÁ, MARAJÓ, A CIDADE QUE TODO CICLISTA TEM A OBRIGAÇÃO DE CONHECER
Atualizado: 26 de mar. de 2023
Muitas cidades possuem particularidades que as destacam dos grandes centros urbanos, como os pontos turísticos, culinária e até modo de viver. Conhecida como Veneza da Ilha de Marajó, o município de Afuá, no Pará, é conhecido por um modo de vida totalmente diferente do que estamos habituados: Não existem carros, motos, ônibus e nem caminhões. Isso mesmo: Veículos com motores são proibidos de circular pela cidade.
Em 2012, o então prefeito de Afuá aprovou uma lei, o código de postura do município, onde proibia qualquer veículo automotivo dentro da cidade.
Mas você deve estar se perguntando, como as pessoas se locomovem? Através do uso de meios de transporte de mobilidade ativa: bicicletas ou a própria caminhada. Atualmente, cerca de 75% da população possui sua própria bike e os moradores reinventaram os transportes como um todo. Claramente, não obedecer ao calor da latitude 00’09” – cerca de 15 km ao sul da Linha do Equador – é péssima ideia. O sol se torna extremamente forte logo no meio da manhã, e o jeito é se esconder à sombra ou pedalar com uma mão no guidão e outra segurando um guarda-chuva.
Foi só durante o planejamento da etapa do Oiapoque ao Chuí que vi ser possível alcançar a cidade através de uma lancha que saía de Macapá, que percorria o Rio Amazonas e chegava a Afuá duas horas depois. Não tive dúvidas em separar um dia para conhecer a cidade em detalhes.
Cheguei a Afuá na parte da tarde, saí do píer e fiquei paralisado com o que vi. Bicicletas, bicicletas e mais bicicletas, por todos os lados. Acabara de chegar na cidade que é um sonho para qualquer cicloativista. Ruas sem sinalização, onde as pessoas instintivamente preveem as ações das outras.
Aluguei uma bike que custava R$ 10,00 por dia. Precisa pagar agora, perguntei à dona. Não há necessidade, respondeu ela. Você quer minha identificação, perguntei intrigado. Não precisa, devolva amanhã e pague na volta. Saí pedalando. Como diria Drummond: “a confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio”. Difícil aceitar essa máxima, uma vez que desconfiamos de tudo e de todos o tempo todo.
Todo ciclista brasileiro tem a obrigação de conhecer esse oásis da mobilidade ativa no Brasil. Para qualquer um que seja apaixonado por bike como eu, estar em Afuá é estar completamente integrado a o que é mais natural, o Rio Amazonas e a bike.
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